De acordo com a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a síndrome metabólica é um conjunto de doenças caracterizadas pela resistência à insulina. A condição ocorre quando um paciente apresenta três dos cinco critérios abaixo:
Para o novo estudo, pesquisadores acompanharam 44.115 adultos na China entre 2010 e 2021. Os participantes tinham uma idade média de 49 anos e foram categorizados em quatro padrões de trajetórias e pontuações (ou escores) diferentes para síndrome metabólica:
Durante o período de acompanhamentos, 2.271 participantes foram diagnosticados com câncer. Segundo o estudo, as pessoas que apresentavam um padrão alto para síndrome metabólica tinham um risco 1,3 vezes maior para desenvolver qualquer tipo de câncer, em comparação com o grupo que apresentavam um padrão baixo-estável para a síndrome.
Em relação ao câncer de mama, o risco foi 2,1 vezes maior; para o câncer de endométrio, o risco foi 3,3 vezes maior; para o câncer renal, o risco foi 4,5 vezes maior; para o câncer colorretal, o risco foi 2,5 vezes maior, e para o câncer de fígado, o risco foi 1,6 vezes maior.
Ainda de acordo com o estudo, os participantes categorizados no padrão de trajetória alto apresentaram riscos mais elevados de desenvolver todos os tipos de câncer mesmo em comparação com os outros três grupos de participantes juntos.
Além disso, segundo a pesquisa, pessoas que apresentavam síndrome metabólica grave e inflamação crônica, ao mesmo tempo, apresentaram riscos mais altos de desenvolver câncer de mama, endométrio, cólon e fígado. Já o risco de câncer renal foi predominante entre os participantes com pontuações altas para síndrome metabólica, mas sem inflamação crônica.
“A pesquisa sugere que o manejo proativo e contínuo da síndrome metabólica pode servir como uma estratégia essencial na prevenção do câncer”, disse o autor sênior Han-Ping Shi, da Capital Medical University, em Pequim. “Nosso estudo pode orientar pesquisas futuras sobre os mecanismos biológicos que ligam a síndrome metabólica ao câncer, resultando potencialmente em tratamentos direcionados ou estratégias preventivas. Será necessária uma avaliação formal destas intervenções para determinar se são capazes de modular o risco de câncer.”