No entanto, as "fórmulas milagrosas", amplamente disponíveis na internet, podem ter um resultado oposto ao esperado, além de aumentar os riscos de impactos negativos para o organismo.
Entre as armadilhas, está a crença popular de que deixar de fazer alguma das refeições do dia pode ajudar na perda de peso. A ideia de que comer à noite favorece o ganho de peso faz com que pessoas eliminem a refeição ou busquem substitutos como lanches, por exemplo.
A nutricionista Angelica Grecco, do Instituto EndoVitta, aponta que pular refeições pode levar a quatro impactos negativos, como déficit nutricional, redução do gasto metabólico, desequilíbrios hormonais e queda no raciocínio.
"Se você pular uma refeição, pode estar perdendo nutrientes importantes que precisa para se manter saudável. Cada refeição desempenha um papel importante para o corpo funcionar bem. A falta desses nutrientes pode levar à desnutrição e a problemas de saúde a longo prazo", afirma Angelica. "O jejum pode fazer com que o organismo reduza o gasto energético a fim de reduzir risco de desnutrição. Além disso, pode levar à perda de massa muscular", completa.
Ao pular refeições, pode haver um prejuízo aos hormônios responsáveis pelo controle do apetite e do metabolismo. "Isso pode levar a compulsão alimentar e aumentar a probabilidade de comer demais mais tarde", diz.
O hábito também pode levar a uma lentificação de raciocínio e impacto no rendimento. "Pular uma refeição pode levar a baixos níveis de energia e dificuldade de concentração ao longo do dia. Isso pode afetar o trabalho ou a escola, por exemplo."
O ganho excessivo de peso é associado ao desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético, de acordo com o Ministério da Saúde. Além disso, um conjunto de fatores influenciam a obesidade, como questões genéticas do indivíduo e sociais, incluindo a disponibilidade, custo e o o a alimentos naturais ou minimamente processados.
"O ganho de peso geralmente ocorre quando a ingestão calórica total é maior do que o gasto energético. Entretanto, pular refeições pode afetar o metabolismo basal e a absorção de nutrientes, o que pode dificultar a perda de peso a longo prazo", diz Angelica.
Nesse contexto, a escolha dos alimentos consumidos - sendo lanches ou refeições, pode fazer a diferença.
Uma dieta equilibrada, incluindo arroz, feijão, legumes e verduras, além de proteínas, pode contribuir para a manutenção do peso e o bom funcionamento do corpo. Para quem deseja substituir o jantar por uma pequena refeição, a prioridade deve ser dada a alimentos saudáveis, como frutas secas ou frescas, leite, iogurte natural, castanhas ou nozes, entre outros.
O peso ideal varia de acordo com a altura e o peso de cada indivíduo. O índice de massa corporal (IMC) é calculado dividindo o peso da pessoa (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado - saiba mais aqui.
Para a manutenção do peso, especialistas recomendam o consumo de uma alimentação equilibrada.
"Consuma uma variedade de alimentos saudáveis, incluindo frutas, legumes, proteínas magras, grãos integrais e gorduras saudáveis. Evite alimentos processados, ricos em açúcar e gorduras saturadas. Mantenha-se hidratado, bebendo água em quantidade suficiente", diz Angelica.
A nutricionista recomenda reduzir as porções e distribuir a ingestão de calorias ao longo do dia.
"Procure comer porções adequadas para suas necessidades individuais e evite exageros. É importante não pular refeições. Distribua sua ingestão calórica ao longo do dia, o fracionamento irá ajudar na perda de peso e controle do gasto metabólico basal", diz.
A prática regular de exercícios físicos também está associada, entre outros benefícios, à manutenção do peso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos, no mínimo, de atividade aeróbica por semana para adultos saudáveis e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
"O exercício ajuda a aumentar o gasto energético, fortalecer os músculos e melhorar o condicionamento físico. Para emagrecer, é importante criar um déficit calórico, consumindo menos calorias do que o seu corpo gasta. No entanto, é essencial não reduzir drasticamente as calorias, pois isso pode levar a deficiências nutricionais e desacelerar o metabolismo", conclui.