Mais de 90% das mortes por afogamento ocorrem em países de baixa e média renda, sendo as crianças menores de cinco anos de maior risco.

Essas mortes estão frequentemente ligadas a atividades cotidianas e rotineiras, como tomar banho, coletar água para uso doméstico, viajar em barcos ou balsas e pescar.

Nesta segunda-feira (25), o Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento promove a conscientização sobre os cuidados que ajudam a evitar acidentes.

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Os impactos de eventos climáticos sazonais ou extremos – incluindo monções – também são uma causa frequente de afogamento. De acordo com a OMS, a maioria dessas mortes é evitável, por meio de soluções baseadas em evidências e de baixo custo, como:

Cuidados com as crianças

No Brasil, o afogamento é a segunda maior causa de mortalidade em pessoas com idades de 5 a 14 anos e a terceira maior causa de morte externa, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“Crianças se afogam rápida e silenciosamente. Elas podem perder a consciência em dois minutos, os danos cerebrais ocorrem após cinco minutos e uma criança pode se afogar em cinco ou oito centímetros de água num período de apenas 30 segundos”, afirma Tânia Maria Russo Zamataro, do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP.

Segundo a especialista, a cabeça e os membros superiores são as partes mais pesadas do corpo em crianças de 4 e 5 anos, o que pode levar à perda do equilíbrio com frequência e a dificuldades para se erguer.

“Isso faz com que pequenas quantidades de água em baldes, bacias, banheira, vasos sanitários, sejam suficientes para ocorrer um afogamento. É preciso lembrar que elas não têm maturidade suficiente de uma situação de emergência”, diz.

Em relação aos adolescentes, a chance de afogamento está associada ao comportamento de risco. “Uso de álcool, drogas, nadar sozinhos, doenças como convulsões, brincadeiras pouco seguras, hiperventilação voluntária e esportes radicais são alguns dos fatores dessa causa de morte entre os adolescentes”, afirma Tânia.

As medidas de prevenção ao afogamento recomendadas pela SBP incluem:

  1. Manter os ambientes seguros, com balde, bacias, tanques, fora do alcance de crianças menores de 5 anos
  2. Manter tampas de vasos sanitários sempre abaixadas, de preferência com travas específicas
  3. Ensinar crianças a não fazer brincadeiras arriscadas na água
  4. Instalar barreiras que controlem o o a reservatórios
  5. Priorizar escolas e creches sem piscinas ou lagos para crianças menores de 6 anos
  6. Ensinar crianças a nadar
  7. Aprender e treinar as pessoas responsáveis por cuidar da criança a nadar
  8. Ensinar sobre regras e placas de proibição em praias e piscinas
  9. Ficar longe de correntes fortes em rios e no mar
  10. Ter sempre anotados números para emergências, como o 192 (Samu)
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