Para a infectologista e epidemiologista Luana Araújo, os dados são preocupantes, mas ainda não contradizem a cultura de vacinação presente no Brasil. Em entrevista à CNN, ela afirmou que a imunização dos adolescentes contra o coronavírus é um exemplo disso.

"Felizmente, os movimentos antivacina não prosperam no Brasil porque temos uma cultura muito forte de vacinação", afirmou a médica. "Ao mesmo tempo que enaltecemos e aplaudimos a população por manter essa cultura, infelizmente estamos contando só com ela."

Segundo a especialista, a saúde pública é formada por uma parceria entre governos, gestores e população. "Mas, nesse momento, temos em grande parte do país uma sustentação desse processo vacinal apenas no pilar da população", disse Luana.

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A infectologista também reforçou que a ampla cobertura vacinal no país depende do bom funcionamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que, em sua avaliação, está sendo enfraquecido sistematicamente.

"Os últimos eventos que viemos ando mostram que, ao invés de fortalecermos o PNI para que ele consiga esclarecer as pessoas e o profissional de saúde que está lá na ponta, infelizmente estamos enfraquecendo-o", disse.

Sobre a vacinação de jovens de 12 a 17 anos, retomada na semana ada após suspensão pelo Ministério da Saúde, Luana Araújo ressaltou que os pais não devem temer a imunização dos adolescentes.

"Sabemos hoje que quem é vulnerável é o não vacinado. [Vacinar adolescentes] é também proteger essa população dos efeitos tardios da Covid, que estamos vendo com cada vez mais frequência e pode condenar toda uma geração", alertou.

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