Os dados são do relatório divulgado no último dia 22 de abril pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que monitora a circulação de patógenos respiratórios a partir de registros de laboratórios privados, e do boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado no dia 30.

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A região Sudeste, o estado de Goiás e o Distrito Federal concentram o maior número de casos de VSR. Já o vírus influenza A, que causa gripe, vem aumentando desde dezembro em todas as faixas etárias, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, levando a grande número de hospitalizações e casos de SRAG.

Segundo o Infogripe, a maior circulação do VSR, além do rinovírus, tem gerado aumento da incidência de SRAG em crianças pequenas. Há alta de registros da síndrome nas regiões Centro-Sul e em alguns estados do Norte e Nordeste, principalmente, entre crianças e adolescentes de até 14 anos.

Nos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso do Sul, há mais casos da síndrome em jovens, adultos e idosos associados ao vírus influenza A. São Paulo apresenta aumento de SRAG em todas as faixas etárias acima dos 15 anos.

Segundo a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein, nesta época do ano começa o período de sazonalidade para esses patógenos. “Com a queda da temperatura, as pessoas tendem a ficar menos ao ar livre, há maior aglomeração em locais fechados, com menos ventilação, o que provoca esse aumento da circulação dos vírus respiratórios.”

A importância da vacinação

No caso da influenza A, uma medida preventiva essencial é a vacinação contra a gripe. “Mesmo vacinada, a pessoa pode pegar a doença. Mas a vacina reduz o risco dos quadros graves, evitando internações e óbitos”, destaca Gouveia.

A especialista também enfatiza que a vacina não causa a doença, pois ela é feita de vírus inativados. “Se a pessoa pegou gripe logo após a vacinação, é porque ela já tinha o vírus em incubação e desenvolveu a doença na sequência”, explica. No entanto, é normal haver alguma reação, principalmente nas primeiras 48 horas após receber a dose, como dor no local e um pouquinho de febre.

A vacina contra influenza deve ser aplicada anualmente, porque o vírus sofre mutações e os imunizantes são atualizados conforme as cepas em circulação. “Além disso, a imunidade resultante da vacina dura, em média, de seis a 12 meses. Por isso é preciso se vacinar todo ano, no outono”, orienta a infectologista.

Em 2025, a campanha nacional de vacinação do Ministério da Saúde começou no dia 7 de abril, voltada para grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, idosos com 60 anos ou mais, povos indígenas, população quilombola e pessoas em situação de rua.

Já no caso do VSR, está disponível na rede pública o palivizumabe (Astrazeneca), anticorpo que previne formas graves de infecção em bebês de alto risco. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), as doses podem ser aplicadas gratuitamente em prematuros que nasceram com idade gestacional de até 28 semanas e seis dias, no primeiro ano de vida; e em bebês com displasia broncopulmonar ou cardiopatia congênita com repercussão, independentemente de idade gestacional ao nascer, até os 2 anos de idade.

Na rede privada, há duas vacinas disponíveis: a Arexvy (GSK), específica para idosos, e a Abrysvo (Pfizer), destinada a idosos, adultos com comorbidades e gestantes. Ela induz uma resposta imunológica na mãe, de modo que os anticorpos são transferidos ao feto ainda na gravidez. Ela foi aprovada para uso entre 24 e 36 semanas de gestação — para fazer efeito, deve ser tomada no mínimo duas semanas antes do parto.

O imunizante para gestantes, assim como um anticorpo monoclonal chamado nirsevimabe (Sanofi), recomendado para bebês e crianças até 2 anos com comorbidades, foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) no início de 2025, mas só devem estar disponíveis na rede pública no segundo semestre. Na rede particular, o tratamento já é comercializado.

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GripeInfluenza AVírus sincicial respiratório (VSR)