Hoje, cinco anos após os primeiros casos, a ciência avançou significativamente, tanto no desenvolvimento de vacinas quanto na compreensão dos efeitos da infecção no organismo.

Como a Covid-19 se manifesta no organismo?

A Covid-19, segundo o Ministério da Saúde, é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Ela é considerada grave, altamente transmissível e de alcance global.

Ao todo, pelo menos outros seis coronavírus humanos são conhecidos pela comunidade científica: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU, SarS-CoV e MERS-CoV.

“Era uma família de vírus conhecida. Mas o que sabíamos dela é que eram 'superbonzinhos', que causavam resfriados. De repente, aparece um tipo que é mortal”, lembra Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, sobre o coronavírus SarS-CoV-2.

Em entrevista à CNN, o médico destacou que o conhecimento sobre o vírus e a doença foi adquirido ao mesmo tempo em que ela evoluía. “Foi um aprendizado a duras penas”, afirmou.

Desse aprendizado, o que se sabe, atualmente, é que a Covid-19 se manifesta de cinco formas:

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, 40% dos casos sintomáticos são considerados leves e outros 40% moderados. O restante, 15% são graves e necessitam de algum tipo de e de oxigênio, enquanto 5% apresentam a forma crítica.

O Ministério da Saúde destaca encefalopatia, acidente vascular cerebral (AVC), meningoencefalite, olfato ou paladar prejudicados como outras possíveis complicações.

Como o corpo reage após a Covid-19

Em média, os sinais da doença despontam de dois a cinco dias após o contágio. Os incomodos maiores desaparecem após quatro ou cinco dias e é esperado que as manifestações clínicas desapareçam totalmente em até duas semanas.

Em alguns casos, porém, os sintomas persistem por meses após a fase aguda da doença. Essa condição é chamada de Covid longa ou síndrome pós-Covid.

Uma pesquisa conduzida pela Rede de Pesquisa Solidária, que reúne cientistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocuz), Swansea University, entre outros, revelou um panorama dos efeitos da Covid longa na população brasileira.

O estudo inclui um questionário online que analisou características como idade, gênero e situação socioeconômica, além de informações sobre o histórico de infecção pela Covid-19, vacinação, condições de saúde e qualidade de vida antes e depois da doença. Também foram avaliados o o aos serviços de saúde e as dificuldades enfrentadas para buscar atendimento médico.

Para participar do estudo, os selecionados precisaram atender a critérios específicos. Ao todo, 1.230 voluntários confirmaram a infecção por Covid-19 por meio de teste RT-PCR. Entre elas, 720 haviam superado a fase aguda da doença pelo menos três meses antes de responder ao questionário. Desses, 496 pessoas relataram não estarem completamente recuperadas e foram classificadas como casos de Covid longa para fins de análise.

Entre os sintomas mais relatados pelos pacientes com Covid longa estão:

Um dos desafios atuais é, justamente, entender quais fatores influenciam o desenvolvimento da Covid longa e o que pode preveni-la. Existem algumas hipóteses de que sexo feminino, idade avançada, tabagismo, cardiopatias, alcoolismo, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e doença renal crônica são algumas condições que favorecem o quadro.

Em nota técnica, os pesquisadores explicam que o prognóstico da Covid longa depende de cada paciente e dos recursos para o tratamento, além de comorbidades já existentes.

De acordo com a pesquisa, com os investimento no processos de reabilitação, boa parte dos indivíduos consegue melhorar, mas existem aquelas que podem manter os sintomas por tempo ainda indeterminado.

Posso pegar Covid-19 mais de uma vez mesmo com a vacina?

Sim. O fato de uma pessoa ter se infectado pelo SARS-CoV-2 uma vez não a impede de ser contaminada novamente mesmo após a imunização. O objetivo da vacina é treinar o corpo e preparar o sistema imunológico para que ele consiga combater o agente causador de doenças (no caso, o coronavírus).

"Esse vírus tem uma capacidade de mutação muito grande. Não se tem garantia de que se estará livre da infecção por ter tido uma, duas, três, quatro vezes. Ele vai sofrendo mutações ao longo do tempo. Isso tem consequências também nas vacinas", pontua Granato.

Por isso, é importante manter o esquema vacinal sempre atualizado, especialmente os grupos indicados pelo Ministério da Saúde. Os imunizantes estão sempre atualizados para as variantes mais recentes do coronavírus.

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