De acordo com pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que realizam o monitoramento do vírus no Brasil, as linhagens em circulação tem se mostrado semelhantes às que circularam nos outros países e estão contempladas na vacina que será aplicada em 2022 no hemisfério Sul.
O H3N2 é um subtipo do vírus influenza A. “Não se trata de um vírus novo, o H3N2 infecta humanos desde 1968 e tem circulado de modo preponderante desde 2015 no Brasil e no mundo”, afirmou o virologista Fernando Motta, da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
De acordo com o pesquisador, o aumento no número de casos de gripe pode estar associado ao relaxamento das medidas de prevenção contra a Covid-19, como o uso de máscara e o distanciamento social.
As medidas de prevenção contra a gripe comum são as mesmas utilizadas para evitar o contágio pela Covid-19:
Existem três tipos de vírus Influenza: A, B e C – os dois primeiros são responsáveis por epidemias sazonais em várias regiões do mundo, com circulação predominantemente no inverno e, o último, causador de infecções mais brandas. O tipo A é classificado em subtipos, como o A(H1N1) e o A(H3N2).
“Todos os anos, as epidemias são provocadas por variantes de três vírus principais, que circulam na população humana, sendo dois do tipo A: influenza A(H1N1)pdm09 e A(H3N2), e de influenza B, que não tem subtipos, mas sim duas linhagens: Victoria e Yagamata”, explica a pesquisadora Paola Resende, da Fiocruz.
De acordo com a pesquisadora, embora haja diferenças genéticas, todos os tipos de vírus influenza podem provocar os mesmos sintomas, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadiga.
O virologista Fernando Motta, da Fiocruz, explica que a circulação dos vírus da gripe varia de um ano para o outro. Segundo ele, a vacinação é a principal forma de evitar o desenvolvimento de casos mais graves da doença.
“As vacinas são atualizadas para cada epidemia, e mesmo que apenas um componente seja alterado é importante renovar a vacinação. Outro aspecto desejado é o efeito provocado pela nova vacina, que reforça as defesas ativadas no ano anterior”, disse.
Em setembro, o Ministério da Saúde suspendeu o intervalo de aplicação entre as vacinas da gripe e da Covid-19, com o objetivo de facilitar a adesão da população às duas campanhas de imunização.
*Com informações de Camille Couto, da CNN, no Rio de Janeiro