No entanto, sua ascensão tem gerado divisões entre os conservadores sobre a possibilidade de lançá-la como candidata à presidência da República.
Michelle realizou recentemente o primeiro encontro nacional do PL Mulher em Brasília, com o objetivo de fomentar lideranças femininas para o próximo ciclo eleitoral. O evento contou com a presença do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A mobilização em torno de Michelle antecede sua entrada formal na disputa eleitoral. Pesquisas recentes mostram que, em um cenário de segundo turno, ela aparece tecnicamente empatada com o atual presidente Lula, ficando atrás apenas de Jair Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Apesar desse potencial, o núcleo duro do bolsonarismo está dividido quanto à escolha de Michelle para disputar a presidência.
Enquanto alguns veem nela uma liderança feminina conservadora única, com destaque para seu trabalho na inclusão de pessoas com deficiência, outros argumentam que sua falta de experiência política poderia comprometer as chances da direita de retornar ao poder.
O cenário para as eleições de 2026 ainda é incerto. Há quem considere uma chapa com Tarcísio de Freitas como cabeça e Michelle como vice como "imbatível".
No entanto, fatores como o julgamento pendente sobre a tentativa de golpe de Estado e o posicionamento final de Jair Bolsonaro, que segue inelegível, podem alterar significativamente o quadro político.
A cientista política Graziella Testa, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) de Brasília, ressalta que o apoio de Bolsonaro, embora importante, pode não ser fundamental para um candidato de direita.
"O eleitor bolsonarista vai fazer um voto estratégico, ele não vai votar em quem Bolsonaro apontar, se Bolsonaro apontar alguém que não tem chances reais de bater Lula", afirma.
Enquanto o cenário político continua a se desenvolver, Michelle Bolsonaro segue fortalecendo sua base e ampliando sua influência dentro do PL, independentemente de uma eventual candidatura presidencial.
Seu papel nas próximas eleições, seja como candidata ou como apoiadora, promete ser significativo para as estratégias da direita brasileira.