Segundo a analista ambiental do Ibama, Cibele Indrusiak, a onça-parda não é um animal que agride pessoas em situações normais. "Esse animal ocorre na região desde sempre. Não tem relatos de ataque, nem de pessoas e nem de animais de criação. É um caso isolado. O fato ocorreu pela curiosidade do agricultor, que viu algo em uma toca e foi verificar o que era. O animal acoado agiu desta forma. Não é um animal que agride pessoas", explicou.
O Ibama mandou técnicos até o local na intenção de encontrar pegadas, o que não foi possível pois no solo, que é de pedra ou vegetação, não ficam rastros.
Segundo relatos da esposa de Darci, Celaci Pelisser, o idoso estava a cavalo, acompanhado do cão da família, quando o animal começou a latir em direção a uma área de vegetação densa. Ao descer do cavalo para verificar, Darci foi surpreendido pelo ataque do felino.
O ataque foi interrompido pela intervenção do cachorro, que confrontou o puma para proteger o idoso. Darci sofreu ferimentos nos braços e no rosto, foi socorrido por vizinhos e levado ao hospital em Osório. De acordo com a brigada militar, o cachorro não teve ferimentos e está bem.
O irmão de Darci relatou que o animal parecia ser um filhote, o que pode ter contribuído para que o ataque não fosse fatal. “Se fosse adulta, ele não estava aqui”, afirmou.
Além das análises do IBAMA, o Comando Ambiental da Brigada Militar também faz buscas por vestígios do animal na região. A presença de onças-pardas em áreas de mata do Rio Grande do Sul é conhecida, embora rara em regiões mais habitadas. O animal é considerado vulnerável em algumas regiões do Brasil e tem hábitos discretos, o que torna os encontros com humanos pouco frequentes.
A Brigada Militar orienta os moradores da região a evitarem trilhas solitárias em áreas de mata fechada e reforçarem os cuidados com criações de animais que possam atrair predadores. O caso acende o alerta sobre a convivência entre humanos e fauna silvestre e reacende o debate sobre preservação ambiental e ocupação do território.