O padre Anderson Antônio Pedroso, reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e também jesuíta, viveu esse legado de forma íntima. Em um encontro em 2023, na Casa Santa Marta, em Roma, ele ou cerca de 40 minutos com Francisco — um tempo que se tornou memória inesquecível.

“Ele me acolheu como um jesuíta mais jovem”, conta o reitor, com emoção. “Eu estava ali para manifestar meu apoio ao pontificado dele, mas também para pedir ajuda, conselho. E ele fez isso comigo, com muita generosidade.”

Em entrevista à CNN, padre Anderson revela uma das marcas mais fortes do papa: sua escuta. “No final da conversa, ele me perguntou: ‘Posso te dar um conselho?’ Eu disse: ‘Claro, Santo Padre’. E ele me falou coisas que eu guardo para a vida.”

Mas foi no gesto cotidiano que o papa deixou sua marca mais profunda. Ao ser solicitado para tirar uma foto, Francisco se levantou, foi até a porta, chamou o guarda suíço e pediu que ele mesmo fizesse o registro — largando as armas e pegando um celular.

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“Foi fantástico. A familiaridade dele com os ajudantes, com as pessoas da casa, com o guarda suíço... era de um pai, de um avô, de um homem amoroso, respeitoso, profundamente humano.”

Para o reitor da PUC-Rio, não restam dúvidas: o papa Francisco marcou uma virada de época. “Tem um antes e um depois do papa Francisco. E esse “depois” agora é com a gente”, reflete. “Tentar ser mais humano possível, ajudar as pessoas como ele ajudou, não esquecer dos últimos... E ser alguém natural, que abre porta, que faz uma foto, que demonstra que está junto.”

Fotos - Relembre a vida do papa Francisco

Hoje, o mundo se despede de Francisco. Mas nas palavras e no olhar de quem o conheceu de perto, ele continua presente.

“Eu acho que ele vai estar sempre com a gente”, conclui o padre.

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