Os dados mostram um crescimento nos números em comparação com o período antes da pandemia de coronavírus. De 2014 a 2016, a quantidade de brasileiros afetados pela insegurança alimentar grave foi de 3,9 milhões, ou 1,9%.

A FAO classifica de insegurança alimentar severa quando as pessoas provavelmente ficaram sem comida, aram fome e, no mais extremo, ficaram dias sem comer, colocando sua saúde e bem-estar em grave risco, com base na Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (FIES).

O relatório também aponta que 61,3 milhões de brasileiros sofreram entre 2019 e 2021 com insegurança alimentar moderada ou grave, ou 28,9% da população. Em comparação, o período de 2014 e 2016 apontou 37,5 milhões de pessoas (18,3%).

A insegurança alimentar moderada refere-se ao nível de gravidade em que as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir, em alguns momentos do ano, a qualidade e/ou quantidade dos alimentos que consomem por falta de dinheiro ou outros recursos.

Taxa de prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave por ano no Brasil

Taxa de prevalência de insegurança alimentar grave por ano no Brasil

Fonte: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)

América Latina e Caribe

De acordo com o estudo, cerca de 56,5 milhões de pessoas foram atingidas pela fome na América Latina e no Caribe em 2021, totalizando 8,6% da população regional, aumento de 4 milhões em relação ao ano anterior.

Em apenas dois anos, 13 milhões de pessoas foram empurradas para a fome e 4 em cada dez 10 pessoas vivem com insegurança alimentar, enquanto o mundo se prepara para os impactos da maior crise alimentar, incluindo a guerra na Ucrânia.

Em 2021, 40,6% da população – 268 milhões de pessoas – enfrentava insegurança alimentar moderada ou grave. Já a insegurança alimentar grave afetou 93,5 milhões de pessoas em 2021 –14,2% – um aumento de quase 10 milhões de pessoas a mais em um ano e quase 30 milhões a mais em comparação com 2019.

Em 2021, 31,9% das mulheres no mundo tinham insegurança alimentar moderada ou grave, em comparação com 27,6% dos homens. A diferença crescente é mais evidente na América Latina e no Caribe, onde a diferença entre homens e mulheres foi de 11,3 pontos percentuais em 2021 em comparação com 9,4 pontos percentuais em 2020.

No mundo

Ainda segundo relatório da FAO, entre 702 e 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021. O número cresceu cerca de 150 milhões desde o início da pandemia de Covid-19. Foram 103 milhões de pessoas entre 2019 e 2020 e mais 46 milhões em 2021.

Projeções da FAO indicam que até 2030, a fome ainda deve afetar 670 milhões de pessoas no mundo, ou 8% da população mundial.

A insegurança alimentar moderada ou grave afetava 2,3 bilhões de pessoas em 2021, ou 29% da população global.

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