O primeiro papa nascido nos Estados Unidos enviou uma carta ao rabino Noam Marans, diretor de assuntos inter-religiosos do Comitê Judaico norte-americano, que publicou a carta na plataforma X na noite de segunda-feira (12).

“Confiando na assistência do Todo-Poderoso, eu me comprometo a continuar e fortalecer o diálogo e a cooperação da Igreja com o povo judeu no espírito da declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II”, declarou Leão na carta.

We are deeply moved that Pope Leo XIV, so early in his papacy, has reaffirmed his commitment to Catholic-Jewish relations.

In a letter to AJC's Director of Interreligious Affairs, Rabbi Noam Marans, he pledged to continue to strengthen dialogue with the Jewish people in the… pic.twitter.com/YC1w9gNrYQ

— American Jewish Committee (@AJCGlobal) May 12, 2025

Nostra Aetate foi um documento de referência do Concílio de 1962–1965 que repudiou o conceito de culpa coletiva dos judeus pela morte de Jesus e incentivou o diálogo com religiões não cristãs.

O breve documento revolucionou as relações católicas com os judeus após séculos de perseguição e desconfiança.

O diálogo ocorrido nas duas décadas seguintes possibilitou que o papa João Paulo II se tornasse o primeiro pontífice a visitar uma sinagoga, fazendo um discurso no principal templo de Roma em 1986, onde chamou os judeus de “nossos amados irmãos mais velhos”.

Após anos de relações muitas vezes tensas, Vaticano e Israel am um “acordo fundamental” em 1993 e trocaram embaixadores plenos no ano seguinte.

Uma fonte da Santa Sé afirmou que Marans participará da missa inaugural de Leão XIV no domingo (18).

Mais de uma dezena de outros líderes judeus de todo o mundo também devem comparecer, explicou a fonte.

Ainda não estava claro se algum líder do governo israelense participaria da missa.

Guerra em Gaza

Embora o falecido papa Francisco tenha frequentemente condenado o antissemitismo, as relações entre o Vaticano e Israel azedaram após o início da guerra em Gaza em 2023.

Os militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 reféns para Gaza.

Mais de 52 mil palestinos foram mortos em Gaza desde então, afirmam as autoridades palestinas, e áreas do enclave foram destruídas.

Francisco, que visitou a Terra Santa em 2014, sugeriu em novembro ado que a comunidade global deveria estudar se a campanha militar de Israel em Gaza constituía genocídio, em algumas de suas críticas mais explícitas à conduta de Israel na guerra contra o Hamas.

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