Alunos do último ano da graduação da Universidade de Harvard se formam nesta quinta-feira (29).

Enquanto recebem os diplomas, alguns formandos comparam a situação de estrangeiros na instituição da Ivy League com a incerteza dos primeiros anos durante a crise sanitária global de 2020.

Leo Gardén, um aluno de Harvard vindo da Suécia, discursou em um comício organizado em apoio aos estudantes internacionais no campus de Boston na terça-feira (27), falando sobre a experiência de ser universitário estrangeiro no momento.

“Vim para cá logo após a pandemia (de Covid-19)”, disse Gerdén. “No próximo semestre, os estudantes internacionais podem não conseguir voltar — são os únicos quatro anos em que eles puderam frequentar este campus.”

O presidente dos EUA, Donald Trump, falou que Harvard deveria ter um limite para a porcentagem de estudantes estrangeiros em “talvez cerca de 15%, não 31%”.

Atualmente, alunos internacionais representam mais de um quarto do corpo discente da universidade da Ivy League.

“É muito estranho sair na mesma incerteza em que você chegou”, disse Chukwudi Ilozue, um estudante do último ano de Harvard.

Ele falou sobre o medo da repressão aos estudantes internacionais “me faz sentir muito medo por eles. Essas são pessoas que eu esperava poder ver por aí, talvez em Boston, pelos EUA, e acho que esses golpes são muito tristes para mim.”

Assim como Gardén, o aluno Chukwudi Ilozue também comparou a situação com a pandemia.

“Achávamos que a Covid era algo insuperável — que mudaria tudo para sempre — e, até certo ponto, mudou. Mas vencemos a Covid. Vencemos muitas coisas na grande história desta universidade tão, tão antiga. Acho que Trump não será a pessoa que nos vencerá”, acrescentou.