O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morreu, nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. Ele nasceu em Aimorés (MG) e construiu sua carreira retratando a dignidade humana em fotos preto e branco.

Salgado se formou em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo e fez mestrado e doutorado na mesma área, pela Universidade de São Paulo e Univerdade de Paris, respectivamente. Mas foi como fotógrafo que ele ficou mundialmente conhecido.

O novo ramo chegou em sua vida em 1973, quando ela fez uma série de registros fotográficos na África na época em que trabalhava como secretário da Organização Internacional do Café (OIC). A partir de então, ele ou a trabalhar como fotojornalista e chegou, inclusive, a retratar os 100 primeiros dias de governo do ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, incluindo o atentado a tiros sofrido pelo republicano, em 1981.

Mas foi retratando a população pobre de áreas como a América Latina e a África que Salgado se notabilizou. Seu segundo livro de fotografias, "Sahel: O "Homem em Pânico", por exemplo, foi lançado em 1986, mostrava os efeitos da seca no Norte da África e nasceu fruto de uma colaboração com a organização Médicos Sem Fronteiras.

Dois de seus trabalhos mais notáveis são a série "Êxodos", que culminou com uma exposição na Escritório das Nações Unidas, em Nova York, com retratos de 90 crianças desalojadas pelo mundo; e a agência de notícias As Imagens da Amazônia, que materializa sua luta ambientalista e sua defesa da floresta.

Em 2014, Sebastião Salgado foi o personagem central do documentário "O Sal da Terra", que era codirigido pelo premiado cineasta alemão Wim Wenders e por Juliano Ribeiro Salgado, filho do fotógrafo. O filme foi premiado em Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário.