O texto aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro do ano ado determina que aparelhos eletrônicos ficam proibidos nas escolas públicas e privadas. O objetivo, segundo o PL 4.932/2024, é proteger a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes.
Entretanto, existem algumas exceções, como as atividades pedagógicas que exigem o uso de dispositivos. Nesses casos, os alunos podem usar o celular ou um computador sob a orientação dos professores.
Tire as principais dúvidas sobre o projeto de lei:
Não. "O projeto de lei diz que apenas o uso [do celular] é proibido", disse Rodrigo Nejm, especialista em Educação Digital do Instituto Alana, à CNN. O texto não fala sobre a posse do celular dentro da escola.
O especialista acredita que esse tipo de regra deve ser determinado pelas próprias escolas.
Sim. O texto prevê que os dispositivos podem ser usados em sala de aula para fins pedagógicos ou didáticos, desde que tenham orientação dos professores.
Aulas de programação, por exemplo, podem exigir que os estudantes utilizem computadores em sala de aula. Para esses casos, os alunos podem usar dispositivos eletrônicos.
O projeto de lei não diz como deve ser a comunicação com os responsáveis, mas determina que o aparelho pode ser usado para emergências, como:
Para Nejm, é importante que todas as escolas tenham um protocolo de comunicação com as famílias. Nesse sentido, as instituições é que vão determinar se o estudante pode usar o celular para falar com os responsáveis ou se a comunicação deve ser feita apenas com a escola.
Não. O projeto de lei proíbe o uso de aparelhos eletrônicos "durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas".
O especialista afirma que esta medida trará ganhos para a interação social e habilidades emocionais das crianças e adolescentes.
Sim. O documento prevê que os estudantes podem usar dispositivos para:
Aparelhos que fazem leitura de voz de imagens, por exemplo, podem ser usados na escola, desde que tenham o objetivo de garantir a inclusão e ibilidade.
Nejm ressaltou que "o objetivo da lei é permitir que o aluno consiga acompanhar as atividades e conviver no ambiente escolar".
O uso de celular e outros aparelhos eletrônicos para saúde é permitido.
Assim como as tecnologias de ibilidade, o uso de dispositivos para saúde também está previsto no projeto de lei. Mas o texto não detalha como deve ser o controle, o que fica a cargo das escolas.
A lei é válida para as instituições de ensino básico: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
O Ministério da Educação (MEC) fez um evento virtual na última sexta-feira (31) para discutir o uso de celulares nas escolas. Durante a apresentação, a pasta informou que serão publicadas em fevereiro duas regulamentações com diretrizes para restringir o uso dos aparelhos nas escolas.
Segundo o MEC, nas próximas semanas, será publicado um decreto presidencial para esclarecer termos e pontos específicos da lei que ficaram amplos.
Além disso, ainda em fevereiro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) vai emitir uma resolução com diretrizes operacionais.
“O CNE vai aprofundar as diretrizes, trazer medidas mais práticas sobre como os sistemas de ensino podem aplicar a educação digital e mediática nas escolas, e como lidar com a questão da lei”, disse Anita Stefani, diretora de Apoio à Gestão Educacional, da Secretaria de Educação Básica.
Já em março, o MEC vai lançar um material com foco nos estudantes. “A ideia é que eles entendam esse processo, quais materiais e quais mecanismos eles podem utilizar, pensando no uso saudável de tecnologia”, afirmou Stefani.
Recentemente, a CNN conversou com alunos da rede pública e particular para entender qual é a expectativa deles. Uma parte deles já está acostumada com a restrição do celular, mas a maioria é contrária à restrição durante os intervalos das aulas.