Naquele mês, cumprindo promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "abrasileirar" o valor da gasolina e do diesel, teve fim o Preço de Paridade Internacional (PPI).

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Instituída no governo Michel Temer (MDB), essa política atrelava o preço dos combustíveis no Brasil às variáveis internacionais, principalmente indicadores como a cotação do petróleo e a taxa de câmbio.

De acordo com Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil, o atual represamento de preços pelo governo (sócio controlador da empresa) não apenas lesa acionistas minoritários, como também distorce a concorrência no setor de refino.

Pinheiro afirma que pelo menos duas refinarias - Acelen e Brava - estão começando a exportar parte da sua produção porque não é mais rentável vender gasolina e diesel no mercado interno.

"A Petrobras vende os combustíveis por um valor que, se praticado pelas refinarias privadas, gera prejuízo", observa.

O Brasil, segundo a associação, tem déficit de 600 mil barris por dia de derivados de petróleo e precisa importá-los para atender à demanda doméstica.

Com um investimento de R$ 20 bilhões, montante equivalente ao que a Petrobras deixou de embolsar com a defasagem de preços, seria possível ampliar o parque de refino e cortar à metade o déficit de derivados.

"O que é mais importante: a ausência de política pública, de previsibilidade mínima dos preços de combustíveis, impede o investimento privado em refino", diz o executivo.

Pinheiro argumenta que uma política de estabilização dos preços, amortecendo variações drásticas para cima ou para baixo, seria compreensível.

O problema, segundo ele, é a falta de parâmetros claros sobre como estão sendo tomadas decisões na Petrobras e a suspeita de ingerência política.

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