O balanço da estatal indica lucro líquido de R$ 31 bilhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 1,5 bilhão do terceiro trimestre de 2020. O resultado ficou acima das projeções de mercado, que previam lucro de R$ 20 bilhões.
O forte resultado foi impulsionado pela alta do petróleo, pela reversão da baixa contábil sobre os investimentos pela venda da BR Distribuidora e também pelo excedente da cessão onerosa no Campo de Búzios.
Um dos grandes destaques é que a empresa atingiu a meta de endividamento de R$ 60 bilhões, ao registrar dívida de R$ 59,6 bilhões. A meta era prevista para 2022 e funciona como gatilho para a nova política de dividendos da companhia.
A estatal vai distribuir quase R$ 31,8 bilhões de dividendos. Essa distribuição se soma aos R$ 31 bilhões anunciados em agosto. Com isso, o governo deve receber R$ 23 bilhões do total. Pouco antes do balanço, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o "papel social" e um "lucro não muito alto" para Petrobras em live.
A Vale também divulgou resultado, reportando lucro de quase US$ 3,9 bilhões, abaixo das projeções do mercado de US$ 6,2 bilhões
Na economia, destaque para o adiamento da PEC dos Precatórios, que abriria espaço para bancar o Auxílio Brasil. Com o projeto travado, ontem as analistas da CNN Thais Arbex e Renata Agostini adiantaram que o governo estuda ampliar o auxílio emergencial, decretando novo estado de calamidade pública.
A alternativa é vista ainda com mais temor pelo mercado porque representaria mais riscos às contas públicas. Enquanto a PEC tenta abrir espaço no teto, um estado de calamidade ignora por completo o Orçamento pra emplacar gastos. Com o aumento do risco fiscal, juros futuros subiram ontem.
Contribuiu também para o pessimismo o dado do IGP-M, o segundo dado de inflação desta semana que superou as expectativas, decepcionando as projeções de desaceleração de preços.
No exterior, os futuros americanos abrem em queda com resultados fracos da Apple e da Amazon.
Investidores ficam de olho na reunião do G20, que começa amanhã em Roma. O tema central vai ser a emergência climática, por isso a reunião deve ser uma espécie de esquenta para COP26, que começa domingo. O trade off entre clima e inflação, como equilibrar transição pra energias verdes e mais caras, sem forçar preços para cima, deve ser um dos tópicos debatidos.
Na Europa, índices em queda seguindo os Estados Unidos e refletindo dados de atividade. O PIB da zona do euro veio em linha com o trimestre anterior. Itália e França foram as surpresas positivas e Alemanha e Espanha negativas.
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