"É uma boa notícia que temos a disposição do Legislativo e Executivo, junto com o setor privado, de avançar com uma agenda estrutural que possa sinalizar uma sustentabilidade da dívida e das contas públicas", afirmou Galípolo.

Para a autoridade monetária, esse movimento é uma "ótima notícia". Segundo Galípolo, a sinalização do Brasil ao mercado de que pode estabilizar sua dívida o diferenciaria de pares ao redor do mundo e seria decisivo para a atração de investimentos.

"Entendo que há uma predisposição de sentar à mesa e entender que isso vai impactar todo mundo. Precisamos aproveitar que há consenso para produzir as reformas que são necessárias", disse o presidente do BC.

Galípolo se refere especialmente à iniciativa da equipe econômica e de membros do Congresso Nacional de incluir medidas estruturais em um pacote alternativo à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A reunião para tratar do assunto está marcada para este domingo (8).

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O presidente do BC enfatizou também que haverá "trade-offs" nas decisões sobre essas medidas e pediu “coragem” para que a agenda avance. Banqueiros que integraram o também destacaram a importância de um ajuste fiscal.

Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú, disse que a trajetória da dívida é uma preocupação constante. "É preciso ter coragem para enfrentar esse ajuste. É preciso tirar o engessamento do orçamento e precisamos debater medidas estruturantes”, disse.

Para o chairman do BTG Pactual, André Esteves, os gastos públicos atuais estão acima do adequado e a preocupação com a dívida é generalizada. "O problema fiscal, estrutural... está todo mundo angustiado com isso. A sociedade está ganhando consciência de que não temos muito tempo, que não temos espaço para expandir o gasto como antes”, disse.

O evento foi realizado em Guarujá, no litoral de São Paulo, e reuniu autoridades dos Três Poderes e líderes empresariais. O "Alicerces da Nova Economia" debateu o cenário atual da macroeconomia brasileira, oportunidades de medidas de crescimento para o país e os desafios para as políticas fiscal e monetária.

A programação contou ainda com a presença de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, e Luiz Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

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