No ano ado, no mesmo mês, foi registrado um déficit de R$ 1 bilhão.
O número de março de 2025 é o maior para o mês desde 2021, ano sucessivo à pandemia do coronavírus, quando o resultado foi um superávit de R$ 2,6 bilhões.
Segundo o Tesouro, o resultado do mês foi melhor do que a mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que apontava para um déficit de R$ 3,5 bilhões.
Os números ainda mostram superávit em R$ 24 bilhões nas contas que englobam o Tesouro Nacional e o Banco Central, enquanto a Previdência Social (RGPS) apresentou um déficit de R$ 23 bilhões.
Se comparado a março de 2024, o resultado primário observado decorreu da combinação de um acréscimo real da receita líquida de 0,8% (R$ 1,4 bilhão) e de um decréscimo das despesas totais de 0,5% (R$ 808,4 milhões).
Entre os principais fatores que influenciaram o resultado de março, destacam-se:
Imposto de Renda: arrecadação subiu R$ 2,97 bilhões (5%), com alta no IRRF sobre rendimentos do trabalho (R$ 3,4 bilhões) e de residentes no exterior (R$ 1,9 bilhão), enquanto houve queda no IRRF sobre capital (R$ 1,7 bilhão), por conta da base elevada de março de 2024, quando foram arrecadados R$ 3,6 bilhões com a tributação de fundos exclusivos.
Dividendos e Participações: queda de R$ 1,61 bilhão (25,2%) devido à diferença nos pagamentos da Caixa Econômica Federal, que haviam somado R$ 2,9 bilhões em março de 2024.
Demais Receitas Não istradas: recuo de R$ 2,08 bilhões (24,8%), resultado da menor entrada de depósitos judiciais não tributários em março de 2025 frente ao mesmo mês do ano anterior.
Transferências constitucionais (FPM, FPE e IPI-EE): alta de R$ 1,58 bilhão (5,3%), acompanhando o desempenho dos tributos que compõem essas transferências.
Benefícios Previdenciários: cresceram R$ 1,2 bilhão (1,6%), impulsionados pelo aumento do número de beneficiários e pela valorização do salário mínimo.
Abono e Seguro-Desemprego: aumento de R$ 1,58 bilhão (23,5%), em função do novo valor do salário mínimo (R$ 1.518 desde janeiro, 7,5%) e da sazonalidade nos pedidos do seguro-defeso.
Despesas obrigatórias com controle de fluxo: redução de R$ 1,83 bilhão (5,9%), com destaque para quedas nos pagamentos na função Saúde (R$ 1,2 bilhão) e no programa Bolsa Família (R$ 1 bilhão).
Despesas discricionárias: recuo de R$ 2,87 bilhões (22,9%), incluindo redução de R$ 807,9 milhões em Saúde e de R$ 1,3 bilhão em outras áreas.
Trimestre tem avanço impulsionado por precatórios
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o governo central registrou superávit primário de R$ 54,5 bilhões, mais que o dobro do resultado de igual período de 2024, quando foi registrado superávit de R$ 20,2 bilhões.
A melhora no trimestre reflete um crescimento real de 2,7% (R$ 15,3 bilhões) na receita líquida e uma queda de 3,4% (R$ 18,7 bilhões) nas despesas totais, em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior.
A principal explicação para essa melhora está na redução drástica das despesas com precatórios e sentenças judiciais. Em 2024, o governo havia pago R$ 31 bilhões em precatórios até março. Em 2025, esse valor praticamente zerou: a rubrica registrou queda de R$ 30,95 bilhões (97,3%), sem pagamentos expressivos no trimestre.
Outros destaques no acumulado do ano incluem:
Imposto de Renda: arrecadação subiu R$ 3,7 bilhões (1,6%), puxada por IRRF sobre trabalho (R$ 6,8 bilhões) e residentes no exterior (R$ 4,2 bilhões), mesmo com queda de R$ 7,5 bilhões nos rendimentos de capital.
Arrecadação líquida para o RGPS: aumentou R$ 4,3 bilhões (2,7%), com mais contribuintes e efeito do salário mínimo reajustado.
Benefícios Previdenciários: cresceram R$ 4,67 bilhões (2,1%) pelos mesmos fatores.
Benefícios assistenciais da LOAS e RMV: avanço de R$ 3,38 bilhões (12,2%) devido ao aumento no número de beneficiários e à valorização do mínimo.
Fundef/Fundeb - Complementação da União: alta de R$ 2,96 bilhões (20,0%) com base no bom desempenho dos tributos vinculados e nos efeitos da Emenda Constitucional nº 108/2020 e da Lei nº 14.113/2020.
Demais Receitas Não istradas: recuo de R$ 4,39 bilhões (22,5%) pelo mesmo motivo observado em março: menor ingresso de depósitos judiciais não tributários.