Brasil busca "saída silenciosa" com EUA sobre sanções a Moraes
Apesar de esforços, diplomatas citam imprevisibilidade de governo de Donald Trump
Ainda está em curso uma investida do governo brasileiro junto à istração de Donald Trump para mitigar eventuais sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fontes do Executivo avaliam que, desde a última semana, o Itamaraty intensificou o diálogo com o governo norte-americano “em níveis altos”, sem identificar, porém, os atores envolvidos na negociação.
A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Mauro Vieira mantém o Palácio do Planalto informado, enquanto ministros do Supremo mantêm contato com o governo.
A conversa se dá para entender a real motivação sobre a medida em análise contra Moraes e alertar os americanos que eventuais sanções contra o ministro da Suprema Corte causariam prejuízos consideráveis à relação entre Brasil e EUA.
Por ora, o governo descarta uma reação pública por considerar que uma posição mais contundente pode atrapalhar as conversas em curso nos bastidores. A posição poderia ser revista em um segundo momento, caso os Estados Unidos decidissem cumprir com a ameaça contra Moraes.
A CNN mostrou que a cúpula do STF aguardava uma reação do presidente Lula às ameaças do governo norte-americano em aplicar sanções a Moraes.
A avaliação sobre a evolução das conversas, porém, é de que não há como prever uma saída, já que a última palavra ainda é do presidente Trump.
As conversas com os EUA ocorrem depois que secretário de Estado americano, Marco Rubio, ter afirmado que Alexandre de Moraes pode ser alvo da Lei Magnitsky, legislação que permite aos Estados Unidos punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.