"Quando termina a peça, eu sinto as pessoas me olhando com uma cara... Quando não estão enxugando lágrimas. É um retorno muito grande que tenho", afirma.
Ela refletiu sobre como a mãe carrega o fardo de não poder reclamar. "Se eu falar que é um terror, eu provavelmente vou estar falando que eu não gosto dos meus filhos, ou que eu sou menos mãe. É tão mais complexo do que isso, as pessoas colocam 'é isso ou aquilo'", protesta.
Ela defende que mães podem se sentir de várias maneiras.
"Como a maternidade tem esse lugar sagrado, você fica quase que impossibilitado de sentir todas as emoções, só pode sentir as boas. As ruins você precisa extravasar escondido, não vai contar para ninguém que você está cansado", explica.
Ela contou a história de uma mãe da plateia que disse que ou anos tentando engravidar. Fez tratamento, gastou muito dinheiro, era o sonho da vida dela. Mas, quando teve o filho, ficou muito cansada e não podia desabafar com ninguém. "Porque todo mundo falava: 'Ué, fez tanto para ter esse filho, agora está assim?'", recorda.
Outra história foi a de uma mãe que comprou o ingresso escondida do marido, porque não podia abrir que ele teria que cuidar do filho sozinho em casa.
"Eu falei: 'Mas e aí, ficou com ele?'. Ela disse: 'Ficou, mas está aqui me mandando mensagem perguntando como é que faz a mamadeira'", conta. "O bebê com 11 meses e o cara não sabe fazer a mamadeira. É muito maluco isso, né?".
Miá lembra que essas histórias são de uma bolha. "O número de pessoas que não tem o nome do pai na certidão de nascimento é uma coisa gritante", expõe.
Miá Mello também explicou por que prefere lidar com adolescentes do que bebês, contou sua conexão com a personagem Alegria, de "Divertida Mente", e sobre seu primeiro papel dramático no cinema, em "De Pai Para Filho". O programa vai ao ar quinta, às 20h, no YouTube de CNN Pop. Confira: