Atlas: metade dos brasileiros vê demora do governo Lula em fraude no INSS
Ação é considerada correta por 44,9%, e 53,1% dos entrevistados apontam impacto negativo na imagem da gestão petista

Dados de pesquisa AtlasIntel divulgados neste sábado (3) no programa GPS CNN mostram que 50,6% dos brasileiros acreditam que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demorou e agiu de forma incorreta ao lidar com as denúncias de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), crise que levou à queda do ministro Carlos Lupi (PDT) na sexta-feira (2).
Para 44,9% dos entrevistados, as ações do governo federal foram rápidas e corretas. Outros 4,5% não souberam avaliar.
Os dados mostram o potencial de danos à aprovação de Lula, que esboçava um início de reação após a queda registrada desde o fim do ano ado e início de 2025.
Tanto que 53,1% dos entrevistados consideram que as investigações, deflagradas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) a respeito de descontos ilegais nos pagamentos de aposentados e pensionistas, impactam negativamente a imagem do governo Lula, ante 24,8% que avaliam a repercussão como positiva para a gestão petista (21,1% dizem não ter impacto nenhum e 1% não soube responder).
Desde a operação conjunta da PF e da CGU para desbaratar o esquema bilionário de fraudes, que atingiu principalmente aposentados da zona rural e pessoas com mais dificuldades de contestar os descontos ilegais, o Palácio do Planalto tenta conter a crise com o discurso de que as investigações são ação do atual governo e que Lula está diretamente engajado em uma solução para ressarcir os aposentados e pensionistas prejudicados.
Na quarta-feira, em um processo de intervenção do Planalto no INSS, foi indicado para a presidência do órgão o procurador federal Gilberto Waller Jr., que tem agens tanto pela CGU quanto pela Advocacia-Geral da União (ACGU), escolhido em uma operação capitaneada pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Em paralelo, a ministra atuou junto ao PDT para que Lupi, depois de pedir demissão do cargo a Lula na sexta, fosse substituído por um nome vinculado ao partido, o secretário-executivo Wolney Queiroz, a fim de conter a insatisfação na bancada da sigla e de que possa atuar na esfera política, evitando mais desgastes ao governo, que pode ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) no Congresso.
A pesquisa AtlasIntel também apontou que 85,3% dos brasileiros acreditam que Lula deveria demitir Lupi em consequência do esquema de fraudes, ainda que as investigações não tenham o agora ex-ministro como alvo.
Neste levantamento, foram ouvidas mil pessoas entre os dias 29 de abril e 1º de maio, após a operação da PF sobre as fraudes vir à tona e antes de Lupi pedir demissão do cargo.
A margem de erro é de três pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.