Caio Junqueira
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Caio Junqueira

Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. ou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

Governo tenta agenda com representante comercial de Trump antes de tarifaço

Expectativa é que a conversa ocorra nesta terça-feira (1º); ideia é reforçar os argumentos que foram apresentados na semana ada por diplomatas brasileiros

Presidente dos EUA, Donald Trump.
Presidente dos EUA, Donald Trump.  • REUTERS
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, planeja uma conversa com o Representante Comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer, antes do novo tarifaço anunciado para esta quarta-feira, pelo presidente Donald Trump.

A ideia é apresentar, mais uma vez, os argumentos que estão sendo utilizados pelos negociadores brasileiros para evitar o tarifaço.

O primeiro, e principal, é que há déficit comercial na relação entre os países. O segundo, que as tarifas prejudicam setores específicos da economia dos Estados Unidos, como o de aço semiacabado.

A expectativa é que a conversa ocorra hoje e a ideia é reforçar esses argumentos, que foram levados ao governo dos EUA na semana ada, por diplomatas brasileiros.

O périplo foi liderado pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Lyrio.

O retorno dado a cúpula do governo, porém, foi pessimista.

A leitura: mesmo que o governo brasileiro tenha aberto canais de diálogo com funcionários do governo Trump, o processo decisório está muito concentrado no gabinete presidencial.

Além disso, houve reclamações específicas quanto ao que o país norte-americano considera uma taxa elevada do Brasil ao etanol.

Apesar disso, a ideia do Brasil é tentar ainda uma ultima cartada na conversa de Vieira com Jamieson Greer. E se ela for insuficiente, aguardar o tamanho do tarifaço antes de levar adiante qualquer medida mais drástica.

Diplomatas relataram, à CNN, que é preciso avaliar toda a lista de países atingidos — para verificar que não se trata de algo específico contra o Brasil —, o tamanho da tarifa e quais setores serão atendidos.