Lula também terá reuniões importantes de trabalho com o presidente Emmanuel Macron e visitará a principal base naval da França, na cidade de Toulon, onde ficam os submarinos nucleares do país.

O líder brasileiro vai ar quase uma semana nesta importante viagem pelo país europeu, onde participará também da chamada “COP dos oceanos”, a Conferência dos Oceanos da ONU, na cidade de Nice, na França.

Durante a visita, Lula deve se encontrar com a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, para discutir a necessidade da implementação de uma regulação global das redes sociais para evitar a desinformação e a propagação de discursos autoritários e de ódio.

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A Unesco chegou a anunciar a realização de uma conferência sobre o tema e sobre as mudanças climáticas para o início de junho, em Paris, o que coincidiria com a presença do presidente na cidade.

O governo brasileiro, no entanto, ainda negocia detalhes da agenda, já que há muitos pedidos de encontros com Lula, especialmente em Paris, e ainda não confirmou se ele faria um discurso formal na agência de cultura da ONU.

Uma alternativa seria somente uma reunião de alto nível com Azoulay para tratar do tema.

O líder brasileiro vem defendendo em quase todas as viagens, a necessidade de uma regulação internacional das redes sociais, além da aprovação de legislação sobre a atuação das chamadas big techs pelo Congresso Nacional.

É muito provável que Lula trate do tema também com Macron, que vem defendendo a necessidade de regulação do ambiente digital para a defesa da democracia.

Lula se encontra com o presidente francês, Emmanuel Macron • Ricardo Stuckert
Lula se encontra com o presidente francês, Emmanuel Macron • Ricardo Stuckert

A Unesco tem promovido essa agenda incisivamente, afirmando que a desinformação e a promoção dos discursos de ódio estão entre os maiores riscos para o mundo na atualidade.

Em 2023, Lula já havia participado, por meio de uma mensagem de vídeo, de um encontro promovido pela organização para debater a criação de marcos regulatórios globais voltados para o espaço digital.

O evento reuniu líderes políticos, especialistas e representantes de organizações internacionais que defendem regras claras para a atuação de plataformas digitais e mecanismos de combate à propagação de mentiras em ambientes online.

Na ocasião, o petista destacou que “não se trata de censura, mas de garantir que o ambiente digital não seja um território sem lei onde o ódio, a mentira e o extremismo se espalham livremente”, reforçando a urgência de uma governança internacional para o tema.

Submarinos nucleares

A ida de Lula à base naval de Toulon na França, também deve ser um dos grandes destaques da visita.

Localizada no sul do país, a base é o principal centro de operações da marinha sa no Mediterrâneo e abriga boa parte da frota de submarinos do país, incluindo os de propulsão nuclear.

A visita do presidente brasileiro ao local mostra o aprofundamento da parceria estratégica entre Brasil e França na área de defesa.

Os dois países têm um acordo de cooperação para o desenvolvimento e construção de submarinos por meio do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que envolve a marinha brasileira e empresas sas.

O submarino Humaitá é o segundo lançado ao mar pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) • Foto: Wilton Junior-11.dez.2020/Estadão Conteúdo
O submarino Humaitá é o segundo lançado ao mar pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) • Foto: Wilton Junior-11.dez.2020/Estadão Conteúdo

O projeto inclui a construção de submarinos convencionais e de um com propulsão nuclear, que será o primeiro da América Latina.

A presença de Lula em Toulon também deve reforçar o compromisso do governo brasileiro com a autonomia tecnológica e o fortalecimento da indústria de defesa nacional.

Está incluso na agenda do presidente, ainda, uma cerimônia na qual ele vai receber o título de Doutor Honoris Causa na Universidade de Paris 8.

A viagem será encerrada em Nice, onde ele participará da Conferência da ONU sobre os Oceanos, considerada a “COP dos oceanos”.

O encontro visa mobilizar governos, sociedade civil e setor privado em torno da preservação dos ecossistemas marinhos e da promoção do uso sustentável dos recursos oceânicos.

O Brasil deve defender, na conferência, a necessidade de maior financiamento internacional para a proteção das zonas costeiras, a ampliação de áreas marinhas protegidas e o combate à pesca predatória e à poluição por plásticos.

Além disso, Lula deve reforçar a posição brasileira de que a transição ecológica global precisa considerar as responsabilidades históricas dos países desenvolvidos que precisam financiar soluções sustentáveis nos países em desenvolvimento.

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